by Antônio Carlos Kantuta

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Lusa baianidade nagô...

A seguir, uma deliciosa viagem pelas águas lusas e profusas de Fernando Pessoa na extasiante voz de Daniela Mercury - É de tirar o fôlego!




Poema Os Colombos de Fernando Pessoa:

OUTROS haverão de ter
O que houvermos de perder.
Outros poderão achar
O que, no nosso encontrar,
Foi achado, ou não achado,
Segundo o destino dado.

Mas o que a elles não toca
É a Magia que evoca
O Longe e faz d'elle história.
E por isso a sua glória
É justa auréola dada
Por uma luz emprestada.

Fernando Pessoa, in Mensagem.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Nádegas A Declarar!







Ordem e progresso
Sua bunda é um sucesso
Nádegas a declarar!
Nádegas a declarar!
Ordem e progresso
Sua bunda é um sucesso
Nádegas a declarar!

Nádegas a declarar?
Claro que não!
Eu tenho opinião
Nesse papo de bundão
E vou dizer
Mas primeiro você
Fernanda!
Primeiro as damas
O quê que cê manda?

Aí, Gabriel!
Vou logo deixar claro
Não é lição de moral
Todo mundo tá sabendo
Que sambar é tropical
No país do futebol e carnaval
Mexer essa bundinha
Até que é natural
No meu ponto de vista
Sem querer ser feminista
A bundalização
É bastante estimulada
Por essa cultura machista
Cê sabe! Tá cheio
De porco-chauvinista
Por isso que esse papo
Não é só pras menininhas
É prá todos esses caras
Que dão força que dão linha
No concurso
Na promessa de um futuro
No programa de TV
E no rádio
Toda hora prá você!

A-aha! Arrebita a rabeta!
A-aha! E me diz, meu bem
O que mais que você tem?
A-aha! Arrebita a rabeta!

Arrebita bem a bunda
Vagabunda!
Que a bunda é tudo de bom
Que você tem
O quê que você tem de bom
Além do bumbum?
Um talento, algum, dom?
Ou as suas qualidades
Estão limitadas ao balanço
Dessa bunda arrebitada?
O quê que você tem
Além da bunda?
Pense bem
Que a pergunta é profunda
Não, não é isso, menina!
Eu não tô falando
Da sua virilha
Que deve ser uma maravilha
Mas seu cérebro é menor
Do que um caroço de ervilha!

Ô minha filha!
Acorda prá vida
A sua bunda tá em cima
Mas sua moral tá caída
A dignidade tá em baixa
Você só rebola, só rebola
Só rebola e se rebaixa
E se encaixa no velho perfil:
Mulher objeto
Em pleno ano dois mil
E um, e dois, e três
Sempre tem alguém
Prá ser a bunda da vez
Te chamam de celebridade
E você acredita
Enche o rabo de vaidade
E arrebita!

A-aha! Arrebita a rabeta!
A-aha! E me diz, meu bem
O que mais que você tem?
A-aha! Arrebita a rabeta!

Arrebita bem a bunda
Vagabunda!
Que a bunda é tudo de bom
Que você tem
Você tira até retrato
Três por quatro de costas
Pensa com a bunda
E quando abre a boca
Só sai bosta
Talvez você nem seja
Tão piranha
Mas qualquer concurso
Miss bumbum que tem
Você se assanha
A-aha! E tira foto
Fazendo pose
De garupa de moto
A-aha! Vai sair na revista
E o povo vai dizer
Que você é artista
Porque agora bunda é arte
É cultura, é esporte
É até filosofia
Quase uma religião
E se você tiver sorte
Pode ser seu passaporte
Para fama (ou prá cama)
Pode ser seu ganha-pão
Bunda conhecida
Bunda milionária
Bonitinha mas ordinária
Que nem otária na TV
De perna aberta
Queima o filme das mulheres
E se acha muito esperta
Vai, vai lá!
Vai entrar na dança
Vai usar a poupança
Vai ficar orgulhosa
Sem saber o mau exemplo
Que tá dando pras crianças
Adolescentes, adultas
E adultos retardados
Que idolatram
Um simples rebolado
Bando de bundão!
Aplaudindo a atração
Não pelas idéias
Mas pelo burrão!

A-aha! Arrebita a rabeta!
A-aha! E me diz, meu bem
O que mais que você tem?
A-aha! Arrebita a rabeta!

Arrebita bem a bunda
Vagabunda!
Que a bunda é tudo de bom
Que você tem!

-Ordem e progresso
Sua bunda é um sucesso
-Ai, nádegas a declarar!

Lombo ambulante
Burrão ignorante!
Sua bunda é alucinante
A rabeta arrebenta
Mas beleza não é tudo
Além da forma
Tem que ter conteúdo
Senão você
Se torna descartável
Que nem uma boneca inflável
Então encare a realidade
Com seu olho da frente
E veja a vida
De uma forma diferente
Porque uma mulher decente
Pode ser muito mais atraente
Que uma bunda sorridente
Então, garota sangue bom
Se liga na missão
Se liga nesse toque
Ser ou não ser
Eis a questão!
A vida é bem mais
Que um número no Ibope
Deixe a sua mente
Bem ligada
Ou vai ficar injuriada
Reclamando
Que não é valorizada
Pára prá pensar
Bota a bunda no lugar
E a cabeça prá funcionar!

A-aha! Arrebita a rabeta!
A-aha! E me diz, meu bem
O que mais que você tem?
A-aha! Arrebita a rabeta!

Arrebita bem a bunda
Vagabunda!
Que a bunda é tudo de bom
Que você tem
Solta essa bundinha
Solta o verso
Solta a rima minha filha
Solta o verbo
Na cara do Brasil
Que atrás de você
Virão mais de mil!

Eu também não sou chegado
Em celulite
Mas eu vou te dar um palpite
Exercite a tua mente
E não se irrite
Se eu tô sendo muito franco
Mas atualmente
Ela só pega no tranco
Amanhã
Você vai olhar prá trás
E vai ver que o seu colã
Já não entra mais
Vai querer fazer uma lipo
Vai querer meter silico
E vai continuar
Pagando mico! Ah!

A-aha! Arrebita a rabeta!
A-aha! E me diz, meu bem
O que mais que você tem?
A-aha! Arrebita a rabeta!

Arrebita bem a bunda
Vagabunda!
Que a bunda é tudo de bom
Que você tem!

Ordem e progresso
Sua bunda é um sucesso
Nádegas a declarar!
Nádegas a declarar!
Ordem e progresso
Sua bunda é um sucesso
Nádegas a declarar!...


Música "Nádegas a declarar", com Fernanda Abreu e Gabriel O Pensador
Disco Raridades (Fernanda Abreu). 

sábado, 22 de janeiro de 2011

Arabescos e Florais












Quando da invenção da alma
Arquitetei-me charco e lama
A penetrar aranhiço a orla
Das sombras e a penumbra dos sóis.

Quando da composição do dia
Narcisei-me breu no espelho da noite
E sucumbi alvoradas no
Oitão ocre da cordilheira voraz.

Quando da invenção da roda veloz
Solapando o arco do tempo absoluto
Pintei-me lento em folha obsoleta
E dormi poeta no livro da morte.

Quando do aborto das fábricas
No leito enferrujado da vila industrial
Revelei-me insulto aos parafusos
E compus fios de arabescos e florais.


Antônio Carlos Kantuta


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011





Conte-me mais do teu dia
Quero saber de teus sonhos,
Notícias da alma tua.

Quero saber de tuas pernas
Em andanças livres a fruir
O agradável sabor do vento.

Conte-me do caminho teu,
Da ardente luxúria que te percorre
A carne espoliando a decência.

Embarace meus códigos frugais
Na fragrância mística de teu suor
Em rituais de sultano encantamento.

Antônio Carlos Kantuta.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011


Antes de ser  vida
Ela já era a singular ventura
Da consciência nas areias do tempo.
Antes de ser tempo
Ele já era o espaço que se abria
Em flor para o irromper da árvore.
Antes de ser árvore
Ela já era a senhora dos bosques
E o palácio dos pássaros.
Antes de ser pássaro
Ele já era a cantiga das folhas
E as emanações sublimes da alma do mundo.
Antes de ser mundo
Ele já era a congregação
De estrelas águas vôos vozes
Luzes sonhos e movimentos.
Antes de ser movimento
Ele já era a dança da vida
No céu na terra e nas ondas do mar.
Antes de ser mar
Ele já era a taverna das sereias
E o  infinito misterioso cheio de
Mitos medos cores e divindades.
E as divindades?
Estas vieram depois.
Trata-se de invenção recente.
Surgiram da angustiante
Labuta da humanidade em querer
Ir além da vida. 
Antônio Carlos Kantuta

Cantora da Cidade, Rainha da Rua

 

Ela continua a transportar a fragrância mais rara da arte para os palácios da vida: a rua. Ela é a senhora do fazer bonito, simples e mágico. Com seu charme e sorriso, ela evoca o que há de mais belo no mundo: a alegria. Com sua dança e seus batuques, ela celebra o que há de mais singelo na vida: a vida. Daniela Mercury é a alquimista dos ritmos, dos tambores, da dança, da poesia. Sua baianidade é o límpido espelho que reflete as cores mais vivas do Brasil, reproduzindo cadências, reinventando harmonias, povoando os espaços do mundo com a sonoridade das águas, dos orixás, dos berimbaus, dos atabaques da Bahia. Ela é um misto de paz e encanto ao mesmo tempo em que, através da pulsação alucinante do samba-reggae e da eletricidade natural impregnada em seu signo de furacão, promove a inquietação criadora e imaginativa no mais dormente dos espíritos. Sua poesia se reinventa a cada minuto, a cada carnaval, a cada pedaço do dia. Além de bailarina cantora e encantadora ela é rainha. Seu reinado está muito além do luzir efêmero de uma coroa de metal. Não foi legitimado pelos selos e carimbos dos protocolos perecíveis das monarquias decadentes. Seu reinado está escrito em cada pauta da partitura do encanto, está diluído no sangue de cada fã, no sorriso de cada criança que ela abraça, no abraço de cada amigo que a admira. Seu reinado acontece na rua, na praça, nos palcos, na vida. Seus súditos, fãs insaciáveis, morrem e renascem em sucessivas overdoses de samba-reggae e eletro-tudo na avenida. E assim, com seu kabuki tropicalizado, Daniela vai levando sua luz seu movimento e suas cores para todos os cantos da cidade e do planeta.
Eparrei Oyá!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Contagem regressiva...

blog-da-central-crocodilo

Baianidade de Daniela Mercury está In

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Nesse domingo (16), a TV Cultura exibiu o programa Ensaio com Daniela Mercury. Para Sandy, que pediu mais verdade na música em 2011, existe a cantora baiana, uma artista brasileiríssima. Em 1990, Daniela foi uma, das duas mulheres, – a outra era a vocalista do Cheiro de Amor -  a comandar um trio elétrico. Até 89, só homens lideravam os trios. Hoje, as mulheres reinam. Absolutamente certa sobre a importância da MPB (música popular baiana) para o país e no exterior. Em uma de suas apresentações nos EUA, um músico de sua banda regeu uma orquestra porque o maestro estadunidense não conseguiu acompanhar aquela música tão nova, o samba-reggae.  O criador do ritmo, Neguinho do Samba, é sempre lembrado pela cantora em suas entrevistas.  No carnaval, Daniela é a única a apresentar shows distintos, seu trio tem dois andares para comportar banda e bailarinos. Além da troca do figurino, ela vem com novas coreografias e novo repertório a cada noite. Daniela também pede o fim do preconceito com a música dançante. É isso, a cada dia que sei mais sobre sua história mais a admiro como artista.
Fonte: Contigo!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A liberdade do dinheiro exige trabalhadores presos no cárcere do medo, que é o cárcere mais cárcere de todos os cárceres.
Eduardo Galeano

In Série A Invenção de Demônios

Mercedes Sosa


In Série O Melhor de Nós
In Série Musas
Na missão...
Contagiando a mulecada...

In Série Musas

Colheita Feliz

Vamos brincar de colheita feliz?

A Sereia Colombiana...

Deja que haya amor! Estoy esperando que la sirena...

Shakira Isabel Mebarak Ripoll

In Série Musas

sábado, 8 de janeiro de 2011

Amor e Eternidade...



“Pense no amor como um estado de graça, não como o meio para nada, mas o alfa e o ômega. Um fim em si mesmo.”
Gabriel García Márquez

In Série Temas do Coração

sábado, 1 de janeiro de 2011


"Penso que chega um momento na vida da gente em que o único dever é lutar ferozmente por introduzir no topo de cada dia, o máximo da eternidade..."
Rosa Luxemburgo

Antônio Carlinhos Brown II

São múltiplas formas de atuação como cantor, compositor, produtor, arranjador, pesquisador ou incentivador musical.
Como músico, Carlinhos já integrou bandas de importantes artistas como João Gilberto, Caetano Veloso, João Bosco e Djavan. Como compositor, são mais de 400 músicas gravadas por intérpretes consagrados como Maria Bethânia, Gal Costa, Cássia Eller, Nando Reis, Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Rita Lee, Ney Matogrosso, dentre muitos outros. Sua discografia compreende, além de álbuns e DVDs solo, quatro álbuns coletivos. Já produziu Margareth Menezes, Timbalada (11 CDs), Arnaldo Antunes e Tribalistas. Através de pesquisa, recuperou músicas e pontos de candomblé e produziu o CD Candombless, mesclando tradição e contemporaneidade.
No cenário musical internacional, o artista já esteve ao lado de Black Eyed Peas, Carlos Santana, Ricky Martin, Lee Ritenour, Bill Laswell, Wayne Shorter, Jovanotti, Sergio Mendes, Angelique Kidjo, Miyazawa Kazufumi, Omara Portuondo e Ornella Vanoni.
A produção musical de Carlinhos Brown compreende também a criação e produção de trilhas sonoras e temas para filmes, novelas, séries, games e espetáculos de dança.

Disponível em:http://www.carlinhosbrown.com.br/musicas/

Antônio Carlinhos Brown I


Antônio Carlos Santos de Freitas nasceu no Candeal Pequeno em Salvador, em 1962. No meio dos anos 70 começou a se interessar por percussão. Começou pelo pandeiro e logo, já com a alcunha em homenagem ao ídolo black James Brown, tornaria-se um dos instrumentistas mais requisitados de Salvador. No início dos anos 80 estava entre o grupo de artistas e compositores que começaria a esboçar o que seria chamado mais tarde de samba-reggae. Em 1984, Luiz Caldas gravou a música “Visão de Ciclope”, sucesso nas rádios que consagraria Brown também como compositor. Passou então a compor por encomenda, e teve músicas gravadas por intérpretes do cacife de Cássia Eller, Daniela Mercury, Gal Costa e Marisa Monte, com quem comporia diversos sucessos. No início da década seguinte ajudou a popularizar a Timbalada, com quem fez turnês pelo mundo todo, além de passar a se apresentar em trios elétricos no carnaval soteropolitano e nos carnavais fora de época Brasil afora. Em 1996 gravou seu Alfagamabetizado, seu primeiro disco solo, e iniciou uam carreira internacional.

Disponível em: http://universal.imusica.com.br/artista.aspx?id=1625&bio=1