by Antônio Carlos Kantuta
sexta-feira, 9 de março de 2012
terça-feira, 6 de março de 2012
"Melodiosas mulheres movem-se
Libertas da corrupção do vestido
e, como jangadas ou feixes de trigo,
são variações de concretitude
tamisadas de sonho,
forma plena, bastante,
sob a luz que esmerilha
a pelúcia das coisas."
Trecho de Motivos de Bianco, de Carlos Drummond de Andrade. In As Impurezas do Branco, Record, 9ª edição, 2002.
domingo, 17 de julho de 2011
O Baile do Cisne
O mais interessante
em consumir essa cultura
que tudo de mim consome
é justamente o gosto sequioso
do consumo antropofágico,
do fazer e fazer parte das telas,
dos sinos e alaridos da multidão.
Achar-me em literaturas universais,
leigo entre horas e catedrais,
Itália, Tropicália, Canibália
canções ao violão, nouvelle vague
e o museu frio no cartão postal.
Mundo de códigos ocultos,
Para quê nos ensinar?
Para quê nos ensinar?
Amálgama de todos nós
dançando fora e dentro dos Lidos,
na violência anedótica dos livros...
na violência anedótica dos livros...
Fotografias com sede e saudade
de Montmartre e do St. Stephens Green.
Viver a vida, viver o mundo,
subir e dormir nas escadas do Carmo,
deixar os lugares para trás,
encontrar Aristóteles nos espaços,
abrir o novo livro, o velho,
ouvir a voz de quem já partiu
e que jaz no jazz em nós
- salada aromática no baile do cisne.
Campos gravitacionais, de algodão,
campo magnético, de batalha,
campo harmônico de odes e trovas
engolindo o abismo que
separa as notas da flauta
rimando o mágico e o trágico.
rimando o mágico e o trágico.
No compasso da valsa vital
ver o desvelar do ciclo arcano
nos vapores de Pítia.
E o baile seguirá no ritmo da vida,
no instável pulsar cardíaco,
na respiração do mundo derramado
na respiração do mundo derramado
no lume do céu e na alma do mar.
Antônio Carlos Kantuta
Fotografia de Kendall Eutemey
Fotografia de Kendall Eutemey
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Download Filme - Atonement (Desejo e Reparação) - Legendado
Atonement: Desejo e Reparação (Joe Wright/2007) é uma adaptação cinematográfica do livro homônimo do escritor britânico Ian McEwan, estrelado por Keira Knightley e James McAvoy.
Sinopse:
Briony Tallis é uma menina de 13 anos na Inglaterra de 1935 que vive confortavelmente numa casa gigantesca e prepara uma peça de teatro para apresentar em homenagem a chegada do irmão, Leon Tallis. Enquanto se esforça para terminar a peça e obter a atenção dos convidados da família, Briony descobre um possível jogo de atração entre a sua irmã Cecília e o filho do antigo empregado da família, Robbie Turner. Apaixonada por Robbie, Briony acusa-o injustamente de abusar de Lola, levando-o a prisão e mais tarde a alistar-se no exército britânico para lutar na 2ª Guerra Mundial como alternativa ao cárcere. Já em plena guerra Robbie reencontra Cecilia que é enfermeira e os dois trocam promessas de amor eterno. As constantes permutas temporais, uma grande trilha sonora aliada ao grande roteiro e o fim inesperado fizeram de Atonement o vencedor do globo de ouro para melhor filme dramático de 2008.
Fazer download do Filme no Megaupload
Fazer download do Filme no Megaupload
ou acesse o site Kantuta Filmes e Downloads
Artificialmente limpa pelo processo Olivetti de tecladismo estéril, a MPB ultimamente não tem correspondido à violência do país que a produz. Pelo menos a MPB letra O, emanada da burocracia do show-bizz e do oficialismo político do bom humor a preço de hiena. Fernando Pellon vai chocar essa hipocrisia generalizada vendida com rótulo de bom gosto e status. "Nunca gostei de eufemismo", vai logo cantando ele. E dá nome às doenças, como fazia Augusto dos Anjos, com um requinte de morbidez que aida perde, no entanto, para crueldade exibida diariamente por nossas autoridades mais altas. Quem quiser se assuste com Pellon, que também recobra tradições estabelecidas por arautos das campas tão divergentes quanto Nelson Cavaquinho e Vicente Celestino. Para isso.basta ouvir "Flores de Plástico ao Amanhecer". Já o nosso recente Aldir Blanc também poderia ter assinado algo tão flagrante como "Carne no Jantar". E por aí afora, só para que não se pense que Fernando Pellon é um estranho no ninho, ou alienista fugaz. Melhor que situar tão precocemente sua obra é ouvi-la, com ouvidos desarmados de preconceitos. O poeta vale a pena, o violão, os convidados e os arranjos de João de Aquino e Paulinho Lêmos.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Quero Cores

Quero cores.
Quero o cinza trivial das nuvens e
Quero o cinza trivial das nuvens e
o testamento avermelhado do angelim.
Quero a duração branco azulada
da fermata e a indiferença da pedra.
Quero Cabíria preto e branco,
Barcelona tecnicolor escarlate
e Tóquio numa paleta digital de 64 bits.
Quero mais cores.
Tragam-nas vivas ou mortas
encardidas ou desbotadas.
encardidas ou desbotadas.
Quero chupar a cajuada colorida do cajueiro
e Maria Cabrocha que é a flor do cambará.
Vou misturar aurora com crepúsculo
e Maria Cabrocha que é a flor do cambará.
Vou misturar aurora com crepúsculo
e Mouline Rouge com Amerelo Manga
só pra ver no que é que dá.
Quero o terra-cota, a vinheta dos lírios
e o arco-celeste na escala musical.
Quero mais.
Quero tocá-las, comê-las, dormir
e acordar com todas elas.
Quero bebê-las de uma só golada
e desfalecer no limbo caótico da luz.
Quero a pele das borboletas
e o fulgor diamantino dos cristais.
Quero as cores do mundo.
Antônio Carlos Kantuta
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Tecnologia e Dinheiro
Quando a tecnologia e o dinheiro tiverem conquistado o mundo; quando qualquer acontecimento em qualquer lugar e a qualquer tempo se tiver tornado acessível com rapidez; quando se puder assistir em tempo real a um atentado no ocidente e a um concerto sinfônico no oriente; quando tempo significar apenas rapidez online; quando o tempo, como história, houver desaparecido da existência de todos os povos, quando um esportista ou artista de mercado valer como grande homem de um povo; quando as cifras em milhões significarem triunfo, - então, justamente então – reviverão como fantasma as perguntas: para quê? Para onde? E agora? A decadência dos povos já terá ido tão longe, que quase não terão mais força de espírito para ver e avaliar a decadência simplesmente como... Decadência. Essa constatação nada tem a ver com pessimismo cultural, nem tampouco, com otimismo... O obscurecimento do mundo, a destruição da terra, a massificação do homem, a suspeita odiosa contra tudo que é criador e livre, já atingiu tais dimensões, que categorias tão pueris, como pessimismo e otimismo, já haverão de ter se tornado ridículas.
Heidegger
terça-feira, 14 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
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