Ela já era a singular ventura
Da consciência nas areias do tempo.
Antes de ser tempo
Ele já era o espaço que se abria
Em flor para o irromper da árvore.
Antes de ser árvore
Ela já era a senhora dos bosques
E o palácio dos pássaros.
Antes de ser pássaro
Ele já era a cantiga das folhas
E as emanações sublimes da alma do mundo.
Antes de ser mundo
Ele já era a congregação
De estrelas águas vôos vozes
Luzes sonhos e movimentos.
Antes de ser movimento
Ele já era a dança da vida
No céu na terra e nas ondas do mar.
Antes de ser mar
Ele já era a taverna das sereias
E o infinito misterioso cheio de
Mitos medos cores e divindades.
E as divindades?
Estas vieram depois.
Trata-se de invenção recente.
Surgiram da angustiante
Labuta da humanidade em querer
Ir além da vida.
Antônio Carlos Kantuta
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