by Antônio Carlos Kantuta

sábado, 22 de janeiro de 2011

Arabescos e Florais












Quando da invenção da alma
Arquitetei-me charco e lama
A penetrar aranhiço a orla
Das sombras e a penumbra dos sóis.

Quando da composição do dia
Narcisei-me breu no espelho da noite
E sucumbi alvoradas no
Oitão ocre da cordilheira voraz.

Quando da invenção da roda veloz
Solapando o arco do tempo absoluto
Pintei-me lento em folha obsoleta
E dormi poeta no livro da morte.

Quando do aborto das fábricas
No leito enferrujado da vila industrial
Revelei-me insulto aos parafusos
E compus fios de arabescos e florais.


Antônio Carlos Kantuta


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