Não sou preto, branco ou vermelho;
tenho as cores e formas que quiser.
Não sou diabo nem santo,
Sou Exu!
Mando e desmando, traço e risco, faço e desfaço.
Estou e não vou.
Tiro e não dou.
Sou Exu.
Passo e cruzo.
Traço, misturo e arrasto o pé.
Sou reboliço e alegria.
Rodo, tiro e boto;
jogo e faço fé.
Sou nuvem, vento e poeira.
Quando eu quero, homem e mulher.
Sou das praias e da maré.
Ocupo todos os cantos;
Sou menino, avô, maluco até.
Posso ser João, Maria ou José.
Sou ponto do cruzamento.
Durmo acordado e ronco falando.
Corro, grito e pulo.
Faço filho assobiando.
Sou argamassa, de sonho, carne e areia.
Sou a gente sem bandeira.
O espeto, meu bastão.
O assento? O vento!...
Sou do mundo, nem do campo, nem da cidade.
Não tenho idade.
Recebo e respondo pelas pontas, pelos chifres da Nação.
Sou Exu.
Sou agito, vida, ação.
Sou os cornos da lua nova;
a barriga da lua cheia!...
Quer mais?
Não dou, não tô mais aqui.
Exu, poema do escultor Mário Cravo para Jorge Amado.
Salvador, 1993.
Excelente texto Antony!!!
ResponderExcluirótimo blog... sempre gosto de aparecer por aqui.. apesar de quase nunca comentar...
abraçãoo
Grande Paulo Gabriel!
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