by Antônio Carlos Kantuta

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Brasil: Desigual Welfare State


Fonte: Rádio ONU 
A universalização do acesso é tributária de certa noção de igualdade, em que defende o acesso de todos aos bens e serviços produzidos na sociedade. Está presente no lema da Revolução Francesa (liberdade, igualdade e fraternidade) e nas promessas dos socialistas utópicos. Ainda que teóricos questionem a igualdade formal, estabelecida na superestrutura jurídico-política de diversos países, após a revolução burguesa, as possibilidades de a luta política dos sujeitos defenderem a igualdade real propiciaram ganhos para as classes subalternas por meio de reformas. Sistemas de proteção social de caráter universal ou políticas públicas universais, a exemplo da saúde e da educação, desenvolveram-se nas sociedades capitalistas a partir da emergência do chamado estado de bem estar social, especialmente nos anos 1950 e 1960. Em contraste, o Brasil adotou um modelo de “estado desenvolvimentista”, que permitiu a ampliação de benefícios e serviços por intermédio da previdência social. Neste modelo, o Brasil estrutura-se historicamente de forma não universalista, no sentido da concessão de direitos não à totalidade da sociedade, mas a grupos sociais escolhidos, como forma de incorporar certas frações das camadas populares à arena política. Trouxe como conseqüência uma desigualdade sócio territorial estrutural no acesso aos serviços, que se agrava nos anos 1990, com a política de ajuste econômico e reforma do já precário estado de bem estar social.
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Fonte: Brasil. (2011). Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB (Proposta de Plano). Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, Brasília.

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